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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A PESQUISA EDUCACIONAL CIENTÍFICA


Na arte de aprender e de ensinar a busca pelo conhecimento através da pesquisa proporciona ao indivíduo pesquisador a capacidade de vislumbrar vários pontos de vistas sobre a situação estudada, sobre a ação contextualizada, sobre o universo de estudo. Sendo assim, a pesquisa educacional de cunho científico promove uma preparação interessante para os profissionais das mais diversas áreas do conhecimento. Isso porque, a objetividade, sistematização, a neutralidade e o rigor trazidos pelo cientificismo ajudam aos profissionais em formação a terem resultados mais próximos de uma determinada realidade estudada, de um objeto de estudo que sob condições próprias oportuniza um leque de avaliações possíveis.

Assim, saber por que uma região possui um índice de mortalidade infantil elevado, é necessário que haja um rigor na pesquisa, em que o pesquisador seja neutro e não tendencioso, seja objetivo para se saber a causa e as proporções de tal problema. Do mesmo modo, para se diminuir o analfabetismo de certa cidade seria importante fazer uma pesquisa, apoiado em artifícios científicos, sobre a infra-estrutura oferecida pelas escolas, os métodos que elas utilizam, a formação que têm os profissionais, entre outros índices de pesquisa.

Desse modo, a pesquisa científica cumprirá seu papel fundamental que é o de melhorar a vida das pessoas e promover o bem estar social. E, especificamente, a pesquisa educacional se torna uma fonte inesgotável de possibilidades de melhoramento do processo educativo, formando profissionais mais capacitados e continuamente antenados a prática docente, com novas experiências formativas, mostrando-lhes que a aprendizagem é um processo contínuo, por conseguinte a importância de a pesquisa educacional como elo de conexão ao conhecimento, à racionalidade, à subjetividade, a humildade e à busca interminável pelo conhecimento e crescimento individual e social.

A arte da docência é uma tarefa tão necessária e séria que, na formação contínua dos professores, não se pode ter o “achismo” como referência, não se pode ter o senso comum como diretriz. Para o processo ensino-aprendizagem é preciso profissionais capacitados ao ponto de saber lidar com crianças, adolescentes, jovens e até idosos de realidades diferentes, de ideologias ora antagônicas, de expectativas variadas e de objetivos distintos.

Com isso, a pesquisa como aliada na formação do educador, leva-o mais rapidamente a conhecer o mundo complexo das salas de aula e demais ambientes formativos. Além disso, junto com a prática da pesquisa, o professor aprende desde cedo que a teoria e a prática educacional caminham lado a lado, uma sendo âncora da outra, ambas ressignificando-se. É nessa relação intercambiável, nesse fluxo interacionista, que o fazer docente se torna mais consistente, mais científico, mais responsável.

Eis aí o valor que o caráter científico dá a pesquisa: objeto e método de estudo, busca por regularidades experimentáveis, experiência partilhada, a busca por respostas se dá da quantidade para a qualidade, seriedade investigativa, comparação entre fenômenos, teste de hipóteses, sistematização de proposições, etc.

Entretanto, a pesquisa educacional de feição científica não tem a finalidade de propor verdades absolutas sobre a tese que defende. A busca, na verdade, são por regularidades que explicam certos acontecimentos e fenômenos em um contexto específico e que só terá o efeito desejado para tal situação.

De fato, ninguém é detentor da verdade, nenhuma tese está acima do bem e do mal, apenas temos “leituras” intersubjetivas, leituras de mundo, possibilidades de compreensão sobre o que está a nossa volta e sobre nós mesmos. Portanto, nos dias de hoje, ser tão valiosa a relação entre as pessoas, a troca de conhecimentos, valores, experiências. E sobre isso a ação educacional é um “prato cheio”. Digamos, exageradamente, que na pesquisa e no processo educacional tudo passa pela interação, pelo dialogismo, pela troca, fontes inesgotáveis de aprendizagem.

De modo que, a pesquisa educacional científica é a porta de entrada não só para a ação docente, mas também para a cultura do aprender, levando-nos a desprender do comodismo, do conformismo e revolucionar as velhas bases propondo novos desafios.

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