Assim, saber por que uma região possui um índice de mortalidade infantil elevado, é necessário que haja um rigor na pesquisa, em que o pesquisador seja neutro e não tendencioso, seja objetivo para se saber a causa e as proporções de tal problema. Do mesmo modo, para se diminuir o analfabetismo de certa cidade seria importante fazer uma pesquisa, apoiado em artifícios científicos, sobre a infra-estrutura oferecida pelas escolas, os métodos que elas utilizam, a formação que têm os profissionais, entre outros índices de pesquisa.
Desse modo, a pesquisa científica cumprirá seu papel fundamental que é o de melhorar a vida das pessoas e promover o bem estar social. E, especificamente, a pesquisa educacional se torna uma fonte inesgotável de possibilidades de melhoramento do processo educativo, formando profissionais mais capacitados e continuamente antenados a prática docente, com novas experiências formativas, mostrando-lhes que a aprendizagem é um processo contínuo, por conseguinte a importância de a pesquisa educacional como elo de conexão ao conhecimento, à racionalidade, à subjetividade, a humildade e à busca interminável pelo conhecimento e crescimento individual e social.
A arte da docência é uma tarefa tão necessária e séria que, na formação contínua dos professores, não se pode ter o “achismo” como referência, não se pode ter o senso comum como diretriz. Para o processo ensino-aprendizagem é preciso profissionais capacitados ao ponto de saber lidar com crianças, adolescentes, jovens e até idosos de realidades diferentes, de ideologias ora antagônicas, de expectativas variadas e de objetivos distintos.
Com isso, a pesquisa como aliada na formação do educador, leva-o mais rapidamente a conhecer o mundo complexo das salas de aula e demais ambientes formativos. Além disso, junto com a prática da pesquisa, o professor aprende desde cedo que a teoria e a prática educacional caminham lado a lado, uma sendo âncora da outra, ambas ressignificando-se. É nessa relação intercambiável, nesse fluxo interacionista, que o fazer docente se torna mais consistente, mais científico, mais responsável.
Eis aí o valor que o caráter científico dá a pesquisa: objeto e método de estudo, busca por regularidades experimentáveis, experiência partilhada, a busca por respostas se dá da quantidade para a qualidade, seriedade investigativa, comparação entre fenômenos, teste de hipóteses, sistematização de proposições, etc.
Entretanto, a pesquisa educacional de feição científica não tem a finalidade de propor verdades absolutas sobre a tese que defende. A busca, na verdade, são por regularidades que explicam certos acontecimentos e fenômenos em um contexto específico e que só terá o efeito desejado para tal situação.
De fato, ninguém é detentor da verdade, nenhuma tese está acima do bem e do mal, apenas temos “leituras” intersubjetivas, leituras de mundo, possibilidades de compreensão sobre o que está a nossa volta e sobre nós mesmos. Portanto, nos dias de hoje, ser tão valiosa a relação entre as pessoas, a troca de conhecimentos, valores, experiências. E sobre isso a ação educacional é um “prato cheio”. Digamos, exageradamente, que na pesquisa e no processo educacional tudo passa pela interação, pelo dialogismo, pela troca, fontes inesgotáveis de aprendizagem.
De modo que, a pesquisa educacional científica é a porta de entrada não só para a ação docente, mas também para a cultura do aprender, levando-nos a desprender do comodismo, do conformismo e revolucionar as velhas bases propondo novos desafios.
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