A proposta rígida, fechada e autêntica de identidade advém dos ideais racionais de Rousseau, nos fins do século XVIII, inspirada na individualidade do ser humano “centrado, unificado, dotado das capacidades de razão, de consciência e de ação” (HALL, 2005, p.10). Tal proposição era tomada como a verdadeira em relação às demais, pondo à margem aqueles que não se encaixavam nesses preceitos.
Sendo assim, a concepção de identidade, numa condição autoritária, assegurava que o grupo do “eu” seria o autêntico, uno e racional, sendo considerado o mais perfeitamente ajustado, detentor de características progressistas e superiores. Essa estratégia é explicada de forma objetiva naquilo que Rocha (2004, p.09) comenta. Leiamos: “O grupo do “eu” faz, então, da sua visão a única possível ou, mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do “outro” fica, nessa lógica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou ininteligível”.
Essa forma de pensar possui, nas considerações de muitos estudiosos do assunto, uma visão de mundo precária, ao classificar por meio de suposições particularistas a validade das diferentes culturas no mundo. Porém, o que mais interessava na época das idéias iluministas, era propor sistemas de diferenciação e de reconhecimento para uma nação se fortalecer naquilo que lhe pertencia e excluir “aquilo que não é ela” (GLISSANT, 2005, p.44). Para isso, propõem-se estruturas de significação que permitem uma melhor compreensão das diferenças, em termos etnocêntricos e binários, propondo uma identidade ao centro e uma não-identidade àquilo que fica além desse centro, isto é, a periferia, a margem, o off-centro. Nesse sentido, Hutcheon (1991, p.90) esclarece que: “O centro utilizado para funcionar como pivô entre opostos binários sempre privilegiava um dos lados: branco/negro, homem/mulher, eu/outro, intelecto/corpo, Ocidente/Oriente, objetividade/subjetividade – hoje essa lista é famosa”.
A imagem de centro, de origem, de superioridade, de “cultura certa”, só existe porque se cria uma visão oposta e pessimista em relação a outras pessoas e outras culturas, consideradas inferiores, visão essa, unilateral, sectário e contestável. Esse modelo sócio-cultural por muito tempo prevaleceu sobre a cultura e o povo brasileiro que, pela sua imaturidade, acabou por ressignificar os conceitos propostos pelos pensadores e escritores europeus. Entretanto, essa situação começou a mudar juntamente com as transformações que ocorriam nas formas de pensar e agir na sociedade, dentro de um universo cada vez mais dinâmico e moderno.
Essa forma de pensar possui, nas considerações de muitos estudiosos do assunto, uma visão de mundo precária, ao classificar por meio de suposições particularistas a validade das diferentes culturas no mundo. Porém, o que mais interessava na época das idéias iluministas, era propor sistemas de diferenciação e de reconhecimento para uma nação se fortalecer naquilo que lhe pertencia e excluir “aquilo que não é ela” (GLISSANT, 2005, p.44). Para isso, propõem-se estruturas de significação que permitem uma melhor compreensão das diferenças, em termos etnocêntricos e binários, propondo uma identidade ao centro e uma não-identidade àquilo que fica além desse centro, isto é, a periferia, a margem, o off-centro. Nesse sentido, Hutcheon (1991, p.90) esclarece que: “O centro utilizado para funcionar como pivô entre opostos binários sempre privilegiava um dos lados: branco/negro, homem/mulher, eu/outro, intelecto/corpo, Ocidente/Oriente, objetividade/subjetividade – hoje essa lista é famosa”.
A imagem de centro, de origem, de superioridade, de “cultura certa”, só existe porque se cria uma visão oposta e pessimista em relação a outras pessoas e outras culturas, consideradas inferiores, visão essa, unilateral, sectário e contestável. Esse modelo sócio-cultural por muito tempo prevaleceu sobre a cultura e o povo brasileiro que, pela sua imaturidade, acabou por ressignificar os conceitos propostos pelos pensadores e escritores europeus. Entretanto, essa situação começou a mudar juntamente com as transformações que ocorriam nas formas de pensar e agir na sociedade, dentro de um universo cada vez mais dinâmico e moderno.
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