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sábado, 23 de outubro de 2010

EU QUERIA...

Queria eu poder... Poder ver através dos seus olhos, do seu coração, de sua mente. Sentir o doce de seus lábios, escondidos, aveludados, estonteantes. Ser o escudo, a armadura e a espada, a força e a proteção necessárias... Ser o desejo e o amor profundo, inalcançável. Ah, como eu queria...
Possuir a magia misteriosa, quase inatingível, de ir mais fundo nos sentimentos, de ser capaz de multiplicar e decifrar os sonhos, de transcender a matéria, o materialismo, do superficial ao profundo, do terreno ao divino, do simples ao sublime, do empírico ao conhecimento supremo. Interpretar as palavras, as emoções, os símbolos, as crenças, culturas, enigmas, tesouros da vida.
Mas, infelizmente, aqui me encontro, no abismo dos mortais, incompletos, inconstantes, fragmentados, desprovidos da chave, da passagem, do portal... Não temos o instrumento para atravessar o abismo, a lacuna, o intransponível. Onde encontrar? Mera ilusão!
A magnitude está em toda parte, ao nosso lado, e muitas vezes, não enxergamos, não desfrutamos. A espécie humana tem muito que aprender a aprender. Somos grandes tolos! Tudo está aí, vasto, múltiplo, misturado, para nos desafiar, nos testar, nos motivar... Temos errado muito, eu sei, mas onde anda a verdade, o tempo, o espaço, a memória, o ponderado, a certeza?
Engraçado, queremos tanto sem ter mãos ou méritos suficientes para nos apropriar. Ora temos tanto e não aprendemos que o importante não é a quantidade. Temos a chance, a cada dia, de fazer com que as coisas valiosas de nossa vida sejam, de fato, valiosas, que colaborem com nossa história, com nossa felicidade, com nossa humanidade. Entretanto, não é só isso, é muito mais, e eu queria muito...

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